quinta-feira, 24 de março de 2011

Desespero

  Já faz algum tempo desde que me lembro da última noite que passei com meus amigos, muito tempo  mesmo.
  É difícil relembrar disso sem que meu coração se parta em prantos, pois agora, sei que nunca reverei aqueles rostos alegres em torno de uma fogueira no Sograt... Tudo mudou tanto.
  A primeira lembrança que me surge agora, remete à minha infância, quando decidi tornar-me um espadachim, tal e qual meu velho pai. A carreira prometia ser gloriosa e sempre me excitava a imaginação ver os ferreiros de Prontera forjarem aquelas espadas brilhantes e maravilhosas. Era uma glória sair da mata e encontrar todos aqueles armamentos na capital.
  Não fiz por menos e segui meus sonhos. Aos sete anos de idade me alistei na guilda dos espadachins de Izlude e melhorei com o passar do tempo. Fui atingindo reputação entre meus colegas, ao ponto de receber minha promoção para Cavaleiro da 14ª Divisão de Prontera aos meus 25 anos.
  Vendo agora, acho que não gostaria de ter vivido minha vida de forma diferente. Fiz amigos nos quatro cantos de Rune Midgard, dos quais, gostaria de lembrar especialmente de Lailunë, Zaboo, Juhh e Kilik. Éramos os cinco incríveis, os cinco que batiam qualquer missão e nada detia nossos esforços.
 Lailunë casou-se e vive bem agora, Zaboo treina jovens arqueiros em Payon, Kilik foi visto roubando as Kafras da última vez e Juhh continua tratando dos enfermos na Igreja de Prontera. Eu e Kilik fomos os únicos que continuaram em busca de aventuras e eu acho que fui longe demais.

  Não havia muita coisa pra se fazer em Prontera. Morroc havia sido mandado para o inferno, todos os outros grandes vilões foram derrotados e os pequenos problemas eram resolvidos por qualque jovem com um punhal. Eu queria mais, eu queria me aventurar como nunca havia feito antes, então reuni minhas coisas, e fui para um local há muito esquecido e já ultrapassado por grandes aventureiros. Eu fui para Glast Heim.

  O local é desolador, daqui de dentro da Abadia, consigo ver o estrago que a arrogância dos antigos arcanos fez a esta pobre cidade. Somente loucos tentariam controlar aquela vil criatura, e agora, por tal arrogância pagamos o preço até hoje.
 Eu sou mais uma vítima da arrogância, me considerei forte e sucumbi ao poder do mal de Glast Heim. Minhas poções acabaram, meu corpo está ferido demais, meu peco fiel, morreu nas mãos de Druidas Malignos famintos. O próximo serei eu, tenho a certeza disto agora... Meu esconderijo não resistirá por muito tempo, disso eu sei. Tenho apenas uma certeza... Morrerei lutando.